COMO ENSINAR CIÊNCIAS
1. Discorra, em poucas linhas, sobre os eixos didáticos que cada professor deve garantir no ensino de Ciências.
2. Relate, levando em consideração a sua vivência educativa, duas situações que caracterizaram obstáculos na aprendizagem das Ciências.
3. De acordo com a UNESNO/Brasil como deve ser o ensino de Ciências no nosso país?
4. Qual evento na história da humanidade alavancou a produção do conhecimento científico?
UNESCO e o Instituto Sangari promoveram eventos visando reavivar o debate sobre a relevância da Educação em geral, assim como do ensino e da aprendizagem de Ciências no Brasil. Data vênia premissa, a complexidade do tema para ser discutido em duas ou três linhas. Serei objetivo sem perder de vista minhas convicções de escritor. Todos concordam que o Brasil perderá, definitivamente, o bonde (melhor seria dizer o jato) da história se não desenvolver uma consistente política de Estado para a Educação, com especial ênfase ao ensino e ao aprendizado de Ciências. A visão dos cientistas é extremamente relevante uma vez que ninguém mais do que eles próprios conhece a realidade das Ciências no Brasil e os desafios que o país enfrenta, e ainda terá de enfrentar, se almejar alcançar o status de nação desenvolvida; e desenvolvimento, nesse contexto, envolve tanto o aspecto econômico-financeiro quanto o sociocultural. Implica avançar da condição de exportador de commodities a produtor de bens de consumo com alto valor agregado, além de oferecer melhores condições de vida à população. Sobre esse pano de fundo, os cientistas contribuem não somente com suas descobertas e invenções, mas também com suas reflexões em torno do que se vê e se vive no mundo contemporâneo. Em 2005, a UNESCO no Brasil editou um documento de orientação alertando para a gravidade da situação do ensino de Ciências em nosso meio. O título deste documento - Ensino de Ciências: o futuro em risco - por si só expressava a preocupação dessa organização das Nações Unidas para com a educação científica. Com base em avaliações nacionais e internacionais, o referido estudo alertava que "continuar aceitando que grande parte da população não receba formação científica e tecnológica de qualidade agravará as desigualdades do país e significará seu atraso no mundo globalizado. Investir para constituir uma população cientificamente preparada é cultivar para receber de volta cidadania e produtividade que melhoram as condições de vida de todo o povo". E conclui ao seu termo que "o custo de não fazer é ficar para trás". Recentemente - Martin Carnoy -, em pesquisa realizada para tentar explicar a superioridade da educação cubana em relação aos demais países da América Latina, afirmou que o Brasil, não obstante todo o progresso que vem realizando, ainda vive sob o peso de uma grande desigualdade entre os 40% de brasileiros mais pobres e os 20% mais ricos. Uma das principais barreiras a um desenvolvimento mais igualitário é a baixa qualidade da educação, um obstáculo que o Brasil compartilha com a maioria dos países latino-americanos. Enquanto a qualidade dos sistemas educacionais continuar nos atuais níveis, um número muito limitado de famílias brasileiras conseguirá encontrar escolas públicas ou privadas de alta qualidade para seus filhos e a vasta maioria da população continuará presa a uma educação que impede seus filhos de atingir todo seu potencial intelectual. Nunca será demais lembrar que no potencial criativo da grande "diversidade criadora" do Brasil, reside a chance para se atingir cenários mais promissores de cidadania e desenvolvimento. Uma escola de qualidade constitui o ponto nevrálgico de mobilização desse potencial. Indiscutivelmente, nenhum país avança sem educação de qualidade.A sua falta ou insuficiência pode, também, ajudar a explicar o declínio. Platão, na Antiguidade, chegou a colocar o fator cultura como uma das causas da decadência dos povos dóricos. E o Brasil, além de outros países da América Latina, está se distanciando da possibilidade de inserção plena no quadro das mudanças sociais e econômicas que se operam em escala mundial por não ter percebido, entre outras coisas, o alcance da educação no processo de modernização e combate à pobreza. Comparativamente a alguns dos nossos vizinhos como a Argentina e o Uruguai, também o Chile e a Costa Rica, a situação do Brasil é mais difícil devido às omissões do passado. Os países citados tiveram a visão de empreender, na segunda metade do século XIX, reformas educacionais de base que ensejaram a progressiva universalização da escola pública, conquista que o Brasil só nos últimos decênios começou a atingir. O déficit acumulado, representado hoje por mais de 14 milhões de analfabetos absolutos e aproximadamente 21 milhões de analfabetos funcionais, somado a um gigantesco déficit de qualidade, requer políticas educacionais. CARNOY, Martin. A vantagem acadêmica de Cuba: porque seus alunos vão melhor na escola. Em col. com Amber K.Gove e Jefffey H. Marshall. S.Paulo: Ediouro, 2009. p.17. 5 JAEGER, W. Paidea. São Paulo: Martins Fontes, 1979. p. 1.250- UNESCO. Ensino de Ciências: o futuro em risco. Série Debates VI. Brasília: UNESCO, 2005.)
A pergunta é clara. "De acordo com a UNESNO/Brasil como deve ser o ensino de Ciências no nosso país? A resposta a questão proposta seria de forma bem simplória, asseverada da seguinte maneira: o desenvolvimento das ciências no Brasil deve ser orientado como eixo norteador: "princípios éticos de desenvolvimento cientifico e tecnológico e de transformação social". Para finalizar a apostila de "suporte" não aborda mais são diretrizes da ONU-UNESCO as seguintes recomendações: (...)"Educação Científica no Brasil - © UNESCO - Ensino de ciências no Brasil - O grande desafio do país é fazer com que os investimentos realizados no ensino de ciências cheguem cada vez mais de forma homogênea à população e possam efetivamente melhorar a sua qualidade de vida. A escala dos problemas enfrentados pelo Brasil neste campo são complexos e consequências são de difícil solução em curto prazo. Os desafios enfrentados pelo Brasil em educação científica não podem ser tratados isoladamente, dadas as relações de causa e efeito existentes, como por exemplo:
- incremento e estímulo à educação científica versus déficit de professores em matemática, física, química e biologia;
- melhoria da qualidade do ensino de ciências versus défict na infraestrutura escolar.
Pelas dimensões do país e pela dificuldade de se elaborar e, principalmente, implantar políticas nacionais que também atendam às necessidades regionais, o ensino de ciências oferecido no educação básica nas escolas modifica de forma ainda lenta as realidades (desigualdades) sociais experimentadas em certas regiões. A UNESCO tem importante papel a desempenhar no avanço da educação científica, e também na política de Ciência e Tecnologia. Particularmente, iniciativas devem ser implementadas com vistas a fortalecer o ensino científico nas escolas do ensino fundamental e médio. De conformidade com a Conferência Mundial sobre Ciência de Budapeste, a UNESCO deverá apoiar os esforços nacionais que visem promover a inclusão social por meio de estratégias para o uso da informação em Ciência e Tecnologia.
- na geração de novos conhecimentos técnico-científicos;
- na difusão do conhecimento científico;
- na capacitação de recursos humanos.
Cooperação Técnica.
Desde 1992, as autoridades brasileiras tem sido determinantes em apoiar o desenvolvimento de seu país por meio de um modelo de cooperação primária em parceria com o Sistema das Nações Unidas. Nos anos oitenta e noventa, o Brasil divulgou o modelo de Execução Nacional (NEX). Este modelo levou as Nações Unidas a receber um volume considerável de fundos governamentais para garantir a implementação de programas de cooperação. As implementações dos programas foram concretizadas com estreita colaboração dos Ministérios e Secretarias envolvidas em suas respectivas ações. O atual modelo de cooperação internacional defendido pelo Brasil direciona-se, em boa medida, a projetos capazes de fornecer assistência de qualidade aos parceiros governamentais nas áreas de especialização e no desenvolvimento de capacidades, agregando valor aos programas nacionais em conformidade com o mandato específico de cada agência do Sistema das Nações Unidas. A UNESCO compromete-se a apoiar os esforços das autoridades brasileiras (federais, estaduais e municipais) e, nesse contexto, a Organização opta por instituir uma cooperação que seja simultaneamente mais estratégica e mais direcionada aos temas de seu mandato e aos desafios atualmente enfrentados pelo Brasil.
CONCLUÍDO.
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