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terça-feira, 16 de setembro de 2014

COMO ENSINAR CIÊNCIAS II

COMO ENSINAR CIÊNCIAS
1. Discorra, em poucas linhas, sobre os eixos didáticos que cada professor deve garantir no ensino de Ciências.
2. Relate, levando em consideração a sua vivência educativa, duas situações que caracterizaram obstáculos na aprendizagem das Ciências.
3. De acordo com a UNESNO/Brasil como deve ser o ensino de Ciências no nosso país? 
4. Qual evento na história da humanidade alavancou a produção do conhecimento científico?

UNESCO e o Instituto Sangari promoveram eventos visando reavivar o debate sobre a relevância da Educação em geral, assim como do ensino e da aprendizagem de Ciências no Brasil. Data vênia premissa, a complexidade do tema para ser discutido em duas ou três linhas. Serei objetivo sem perder de vista minhas convicções de escritor. Todos concordam que o Brasil perderá, definitivamente, o bonde (melhor seria dizer o jato) da história se não desenvolver uma consistente política de Estado para a Educação, com especial ênfase ao ensino e ao aprendizado de Ciências. A visão dos cientistas é extremamente relevante uma vez que ninguém mais do que eles próprios conhece a realidade das Ciências no Brasil e os desafios que o país enfrenta, e ainda terá de enfrentar, se almejar alcançar o status de nação desenvolvida; e desenvolvimento, nesse contexto, envolve tanto o aspecto econômico-financeiro quanto o sociocultural. Implica avançar da condição de exportador de commodities a produtor de bens de consumo com alto valor agregado, além de oferecer melhores condições de vida à população. Sobre esse pano de fundo, os cientistas contribuem não somente com suas descobertas e invenções, mas também com suas reflexões em torno do que se vê e se vive no mundo contemporâneo. Em 2005, a UNESCO no Brasil editou um documento de orientação alertando para a gravidade da situação do ensino de Ciências em nosso meio. O título deste documento - Ensino de Ciências: o futuro em risco - por si só expressava a preocupação dessa organização das Nações Unidas para com a educação científica. Com base em avaliações nacionais e internacionais, o referido estudo alertava que "continuar aceitando que grande parte da população não receba formação científica e tecnológica de qualidade agravará as desigualdades do país e significará seu atraso no mundo globalizado. Investir para constituir uma população cientificamente preparada é cultivar para receber de volta cidadania e produtividade que melhoram as condições de vida de todo o povo". E conclui ao seu termo que "o custo de não fazer é ficar para trás". Recentemente - Martin Carnoy -, em pesquisa realizada para tentar explicar a superioridade da educação cubana em relação aos demais países da América Latina, afirmou que o Brasil, não obstante todo o progresso que vem realizando, ainda vive sob o peso de uma grande desigualdade entre os 40% de brasileiros mais pobres e os 20% mais ricos. Uma das principais barreiras a um desenvolvimento mais igualitário é a baixa qualidade da educação, um obstáculo que o Brasil compartilha com a maioria dos países latino-americanos. Enquanto a qualidade dos sistemas educacionais continuar nos atuais níveis, um número muito limitado de famílias brasileiras conseguirá encontrar escolas públicas ou privadas de alta qualidade para seus filhos e a vasta maioria da população continuará presa a uma educação que impede seus filhos de atingir todo seu potencial intelectual. Nunca será demais lembrar que no potencial criativo da grande "diversidade criadora" do Brasil, reside a chance para se atingir cenários mais promissores de cidadania e desenvolvimento. Uma escola de qualidade constitui o ponto nevrálgico de mobilização desse potencial. Indiscutivelmente, nenhum país avança sem educação de qualidade.A sua falta ou insuficiência pode, também, ajudar a explicar o declínio. Platão, na Antiguidade, chegou a colocar o fator cultura como uma das causas da decadência dos povos dóricos. E o Brasil, além de outros países da América Latina, está se distanciando da possibilidade de inserção plena no quadro das mudanças sociais e econômicas que se operam em escala mundial por não ter percebido, entre outras coisas, o alcance da educação no processo de modernização e combate à pobreza. Comparativamente a alguns dos nossos vizinhos como a Argentina e o Uruguai, também o Chile e a Costa Rica, a situação do Brasil é mais difícil devido às omissões do passado. Os países citados tiveram a visão de empreender, na segunda metade do século XIX, reformas educacionais de base que ensejaram a progressiva universalização da escola pública, conquista que o Brasil só nos últimos decênios começou a atingir. O déficit acumulado, representado hoje por mais de 14 milhões de analfabetos absolutos e aproximadamente 21 milhões de analfabetos funcionais, somado a um gigantesco déficit de qualidade, requer políticas educacionais. CARNOY, Martin. A vantagem acadêmica de Cuba: porque seus alunos vão melhor na escola. Em col. com Amber K.Gove e Jefffey H. Marshall. S.Paulo: Ediouro, 2009. p.17. 5 JAEGER, W. Paidea. São Paulo: Martins Fontes, 1979. p. 1.250- UNESCO. Ensino de Ciências: o futuro em risco. Série Debates VI. Brasília: UNESCO, 2005.)

A pergunta é clara. "De acordo com a UNESNO/Brasil como deve ser o ensino de Ciências no nosso país? A resposta a questão proposta seria de forma bem simplória, asseverada da seguinte maneira: o desenvolvimento das ciências no Brasil deve ser orientado como eixo norteador: "princípios éticos de desenvolvimento cientifico e tecnológico e de transformação social". Para finalizar a apostila de "suporte" não aborda mais são diretrizes da ONU-UNESCO as seguintes recomendações: (...)"Educação Científica no Brasil - © UNESCO - Ensino de ciências no Brasil - O grande desafio do país é fazer com que os investimentos realizados no ensino de ciências cheguem cada vez mais de forma homogênea à população e possam efetivamente melhorar a sua qualidade de vida. A escala dos problemas enfrentados pelo Brasil neste campo são complexos e consequências são de difícil solução em curto prazo. Os desafios enfrentados pelo Brasil em educação científica não podem ser tratados isoladamente, dadas as relações de causa e efeito existentes, como por exemplo:
  1. incremento e estímulo à educação científica versus déficit de professores em matemática, física, química e biologia;
  2. melhoria da qualidade do ensino de ciências versus défict na infraestrutura escolar.
Pelas dimensões do país e pela dificuldade de se elaborar e, principalmente, implantar políticas nacionais que também atendam às necessidades regionais, o ensino de ciências oferecido no educação básica nas escolas modifica de forma ainda lenta as realidades (desigualdades) sociais experimentadas em certas regiões. A UNESCO tem importante papel a desempenhar no avanço da educação científica, e também na política de Ciência e Tecnologia. Particularmente, iniciativas devem ser implementadas com vistas a fortalecer o ensino científico nas escolas do ensino fundamental e médio. De conformidade com a Conferência Mundial sobre Ciência de Budapeste, a UNESCO deverá apoiar os esforços nacionais que visem promover a inclusão social por meio de estratégias para o uso da informação em Ciência e Tecnologia.
Considera-se prioritário investir esforços de cooperação técnica:
  1. na geração de novos conhecimentos técnico-científicos;
  2. na difusão do conhecimento científico;
  3. na capacitação de recursos humanos.

Cooperação Técnica.

Desde 1992, as autoridades brasileiras tem sido determinantes em apoiar o desenvolvimento de seu país por meio de um modelo de cooperação primária em parceria com o Sistema das Nações Unidas. Nos anos oitenta e noventa, o Brasil divulgou o modelo de Execução Nacional (NEX). Este modelo levou as Nações Unidas a receber um volume considerável de fundos governamentais para garantir a implementação de programas de cooperação. As implementações dos programas foram concretizadas com estreita colaboração dos Ministérios e Secretarias envolvidas em suas respectivas ações. O atual modelo de cooperação internacional defendido pelo Brasil direciona-se, em boa medida, a projetos capazes de fornecer assistência de qualidade aos parceiros governamentais nas áreas de especialização e no desenvolvimento de capacidades, agregando valor aos programas nacionais em conformidade com o mandato específico de cada agência do Sistema das Nações Unidas. A UNESCO compromete-se a apoiar os esforços das autoridades brasileiras (federais, estaduais e municipais) e, nesse contexto, a Organização opta por instituir uma cooperação que seja simultaneamente mais estratégica e mais direcionada aos temas de seu mandato e aos desafios atualmente enfrentados pelo Brasil.


CONCLUÍDO.

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